quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Viver de musica X Conviver em musica II

    Ano novo, primeiro post, continuando o assunto passado... afinal de contas, começo de ano é a época onde renovamos todas as promessas que não cumprimos nos anos anteriores e não vamos cumprir no atual?
   Estou reescrevendo o texto que estava quase pronto antes do natal, afinal isso é um blog, não um livro virtual, e o texto estava maior que o anterior, dessa vez vou reclamar, pretendo ser breve. É difícil botar pra fora anos de reclamações não feitas em textos curtos, mas vale a pena encarar o desafio.

   Este ano, além de completar a minha terceira década de existência, posso arredondar outras coisas importantes na minha vida, como um quarto de século dedicado aos estudos musicais e quatorze anos dedicados ao ensino de musica. Claro que a soma das experiências e das amizades me deixaram um saldo positivo, ou já teria largado mão, e estaria em outra atividade... muitas das minhas experiências e aprendizados nestes anos são impagáveis, mas nem tudo é perfeito.

   Ultimamente venho sendo questionado com aquela velha pergunta, "E a sua banda?", e também "E quando a sua banda vai fazer um show?", e sempre vem seguida de uma resposta improvisada e o mais educada/evasiva possível. Pois é, depois de trabalhar em um estúdio, assistir a numerosos ensaios, e algumas seções de gravação, mixagem... Bandas boas, bandas ruins, e até bandas péssimas que tiveram ou ainda estão curtindo seus quinze minutos de fama... Tive uma idéia genial, nada original, mas bem funcional, vou gravar meu disco sozinho. Sim, essas musicas no player ao lado do blog, foram tocadas, gravadas, mixadas, convertidas para mp3 e divulgadas por uma só pessoa, eu! Por que? Simples, sempre fui fã de musica instrumental, e o que me move a fazer isso é o desafio, a superação, e o combate à algumas frustrações que ficaram no meio dessa jornada musical...

    Normalmente, um musico, vira musico com uma identidade, um espelho em outro artista, ou um gênero musical. Para 99% dos guitarristas, esta identidade é o Rock, e vinculado ao seu ídolo nas 6, 7 ou 8 cordas, sempre há uma banda, onde existe a fusão do ídolo com outras personalidade, e uma sonoridade resultante de todos os membros que fazem o seu papel dentro do grupo. Aí surge o objetivo musical, ter uma banda, fazer shows...
    -Então eu posso montar um trabalho musical, e mostrar minhas idéias? Sim eu posso!
    -Posso homenagear meus ídolos, tocando as musicas que eu mais gosto? Sim eu posso!
    -Posso mostrar parar as pessoas que eu sou um sujeito inventivo e criativo? Não estou pedindo demais? Sim você está!

    É gratificante, realizador, apresentar uma musica que você criou, cuidou dos detalhes do arranjo e expressou o que há de mais verdadeiro na sua alma. Na mesma proporção, é frustrante saber que não há espaço para você mostrar as suas idéias, se você não segue as tendências do mercado, não está na moda, ou não sobe no palco para fazer um teatrinho barato, fingindo ser alguém que não é, e tocando musicas que outra pessoa compos, para pessoas que tem o disco em casa e podem ouvir todos os dias. É uma pena, mas os donos das casas de show não pensam dessa forma, mas $ómente De$ta forma, e as pessoas se acomodaram em ouvir todo dia a mesma coisa e só vão aos lugares onde a musica ao vivo já vem como um cardapio de restaurante, ondem você sabe exatamente o que vai ser servido. A$$im morre o incentivo a boa musica, e vive a mu$ica feita para quem não tem tempo para arte!!!

Pen$e Ni$$o
Um abraço a todos