quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Viver de musica X Conviver em musica III

O cliente tem sempre a razão...

"Razão, não conhecimento!!!"

    E novamente estou escrevendo mais um pouco da minha indignação sobre o mercado que cerca músicos, admiradores e aspirantes...

    Estamos começando mais um ano, em que muitas coisas se repetem. Já se vão uma década e meia, e mesmo com um numero muito maior de ofertas e lojas a coisa é sempre igual...

    Os pais querem um bom preço, os filhos querem tocar, e os vendedores querem ganhar a sua parcela do lucro. Até aqui tudo indica que a vida funciona como realmente deveria funcionar. Sim, existem bos lojas de instrumentos novos e usados, com preços "Justos" de acordo com a nossa realidade "Justa" em termos de instrumentos musicais, levando em conta as taxas abusivas que são cobradas pela importação de instrumentos e acessórios, a justiça fica entre aspas mesmo.

    O problema é quando uma pessoa desinformada, entra na loja errada, com um ar deslumbrado ou com cara de quem não estava muito afim de fazer esse investimento. Alguns lugares, como a famosa rua Teodoro Sampaio, tem lojas de instrumentos musicais, uma ao lado da outra, com aquele ar de feira de bairro e vendedores chamando por seus clientes na calçada, parece bom, mas nem sempre. Na ansiedade de fazer uma venda, ouvi muitas histórias absurdas dos vendedores, e também dos clientes que voltaram com as lendas transformadas em "verdades comprovadas". Só para ilustrar, um vendador tentou me convencer que uma guitarra de uma marca nacional, cujo modelo foi lançado por volta de 2002, era uma guitarra da década de 1980. Eu conheço o catalogo da tal marca, mas e um comprador que não conhece? Vai levar o instrumento pelo triplo do valor, pagando mais caro por uma ilusão, ou comprar um instrumento de péssima qualidade, o mais barato possível? Comprar guitarra é sempre complicado.
    E quantos garotos não voltam com suas guitarras de R$ 450,00 garantindo que sua guitarra tem o som igual aquela Americana cujo piso é R$ 4500,00 usada. A credibilidade de um vendedor mentiroso vai longe na hora de empurrar um instrumento encalhado, enquanto a ansiedade do consumidor desses instrumentos vai ao delírio com a ilusão de chegar em casa e ouvir o som dos seus ídolos saindo da ponta dos seus dedos. Quando essa garotada adquire um ouvido mais apurado e a auto-crítica necessária para avaliar o seu som e seus recursos para faze-lo, já é tarde, acabou a garantia e qualquer lei de devolução do código do consumidor.


Dicas para quem vai comprar uma guitarra:
- Procure ouvir a opinião de um profissional imparcial e com sabedoria sobre o assunto. Dê preferência aos profissionais habilitados para tal. Professores de guitarra convivem com estes instrumentos, mas alguns nem sabem apertar um parafuso, então vale a pena ouvir a opinião de um Luthier. Um Luthier de confiança é imparcial, e técnico no assunto, enquanto algumas publicações são pagas para simular um teste enquanto fazem um anuncio, cuidado com as opiniões de imprensa!

- A segunda não é uma dica técnica, mas de conduta. Nunca, jamais, expresse as suas emoções na frente de um vendedor de instrumentos. Não demonstre a sua felicidade, e nem a falta de interesse no que ele esta vendendo. Faça com que ele execute o trabalho dele, vender, e se ele estiver mal intencionado, vai cair em contradição, se não estiver, você vai fazer uma compra justa!

   Negociar descontos, parcelas, e procurar um instrumento cuja a qualidade cabe em seu bolso, não vai ser algo surreal, basta seguir essas duas dicas.

   
Boas compras, bons acordes e até o próximo post.
Um abraço

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